Fonte: Revista de Aparecida/Campanha dos Devotos
O mês de novembro se inicia com duas celebrações importantes: no dia 2, celebramos o Dia de Finados, e no dia 6, a Festa de Todos os Santos.
São dois momentos de proclamar nossa esperança cristã para além da morte. Pela fé que temos na palavra e no exemplo de Jesus, testemunhamos que existe uma vida além da morte, que Ele vai nos fazer participar da sua ressurreição e que, na medida em que praticamos seu Evangelho, seu Espírito santifica o ser humano para viver no amor por toda a eternidade.
Nós, cristãos, não praticamos a tradição do “culto aos mortos”, tal como existe há milênios em várias culturas e religiões. Nós acreditamos na Comunhão dos Santos, que nos reúne a todos no banquete do Reino, na Casa do Pai.
A Liturgia de Finados é uma celebração dessa certeza de fé e de esperança, fundamentada unicamente na pessoa de Jesus Ressuscitado. Nela, nós agradecemos ao Pai a vida das pessoas queridas já falecidas, proclamamos a confiança de que nossos falecidos irão participar da Ressurreição de Jesus e intercedemos para que isso aconteça. Com esse pensamento, nós amenizamos nossas saudades e adquirimos forças para, junto com a oferta do Pão e do Vinho, fazermos também o ofertório a Deus daqueles cuja ausência nos faz tanta falta.
É preciso mirar para além do horizonte e cantar com São Paulo: “os olhos jamais contemplaram, ninguém sabe explicar o que Deus tem preparado àquele que em vida o amar” (cf. 1Cor 2,9).
Ao mesmo tempo, a Liturgia nos dá a oportunidade do perdão das possíveis mágoas que possam ter ficado das pessoas falecidas, um perdão que pedimos e que oferecemos com generosidade de coração. Por isso, invocamos a misericórdia divina sobre nós e sobre os falecidos, para que o Senhor perdoe todas as dívidas de amor dos falecidos para conosco e nossas para com eles. Nesta prece de sufrágio, feita em comunidade durante a Eucaristia, temos a certeza de que os méritos de Jesus, através da sua morte e ressurreição, são mais do que abundantes para estender sua Redenção sobre todos os falecidos.
Portanto, seja no Dia de Finados, seja em Missas de 7º ou de 30º Dia, o que importa é a celebração da nossa fé em Jesus Ressuscitado, porque acreditamos e esperamos que um dia estaremos todos reunidos novamente na paz, no amor e na alegria do Senhor, por toda a eternidade e para não morrer nunca mais.