Ronaldo Cunha Lima morre na Paraíba
Político morreu neste sábado (7) após lutar contra um câncer no
pulmão.
Ronaldo Cunha Lima foi vereador, prefeito, governador, senador e
deputado.
Ronaldo Cunha Lima teve uma extensa
carreira
política (Foto: Rizemberg Felipe/Jornal da Paraíba)
política (Foto: Rizemberg Felipe/Jornal da Paraíba)
O ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima morreu aos 76 anos
neste sábado (7) na casa da família, em João Pessoa. Ele lutava contra um
câncer no pulmão desde 2011. Desde a quinta à noite ele estava sob efeitos de
sedativos e a família já dizia que a situação era irreversível. Ronaldo Cunha
Lima tem uma história política de quase 50 anos e, com dezenas de livros
publicados, se orgulhava de ser conhecido como 'Poeta'.
Um dos médicos da família que acompanhavam Ronaldo confirmou que ele sofreu
um insuficiência respiratória e morreu às 9h35 por causa.
De acordo com o irmão de Ronaldo, Renato Cunha Lima, o corpo do político será velado no Palácio da Redenção durante todo o sábado e a noite segue para Campina Grande, onde será também velado no Parque do Povo. O enterro acontece no domingo (8) às 11h no cemitério Monte Santo.
De acordo com o irmão de Ronaldo, Renato Cunha Lima, o corpo do político será velado no Palácio da Redenção durante todo o sábado e a noite segue para Campina Grande, onde será também velado no Parque do Povo. O enterro acontece no domingo (8) às 11h no cemitério Monte Santo.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), filho de Ronaldo, confirmou a morte do
pai pelo Twitter. "Os Poetas não morrem! O Poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma
vida digna, descansou", disse Cássio.
Em julho de 2011, exames médicos diagnosticaram o câncer e durante cinco meses Ronaldo foi internado várias vezes para se tratar em São Paulo e em João Pessoa. A última internação foi em janeiro deste ano e, desde então, ele passava por acompanhamento médico na casa da família.
Ronaldo José da Cunha Lima nasceu na cidade de Guarabira, Brejo paraibano, em 18 de março de 1936. Formado em Ciências Jurídicas, ele era casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima e tinha quatro filhos: Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.
Em julho de 2011, exames médicos diagnosticaram o câncer e durante cinco meses Ronaldo foi internado várias vezes para se tratar em São Paulo e em João Pessoa. A última internação foi em janeiro deste ano e, desde então, ele passava por acompanhamento médico na casa da família.
Ronaldo José da Cunha Lima nasceu na cidade de Guarabira, Brejo paraibano, em 18 de março de 1936. Formado em Ciências Jurídicas, ele era casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima e tinha quatro filhos: Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.
Carreira política
Sua história política teve como palco principal a cidade de Campina Grande. Aos 23 anos ingressou na vida pública quando foi eleito vereador. Foram quase 50 anos de carreira política até a renúncia do mandato de deputado federal em 2007, último cargo público que exerceu. Ronaldo deixou o senador Cássio Cunha Lima, seu filho, como principal sucessor na política.
Sua história política teve como palco principal a cidade de Campina Grande. Aos 23 anos ingressou na vida pública quando foi eleito vereador. Foram quase 50 anos de carreira política até a renúncia do mandato de deputado federal em 2007, último cargo público que exerceu. Ronaldo deixou o senador Cássio Cunha Lima, seu filho, como principal sucessor na política.
Ronaldo toma posse como governador da
Paraíba
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Ronaldo já assumiu cargos no legislativo e no executivo: foi deputado
estadual por dois mandatos e em 1969 se elegeu prefeito de Campina Grande, mas
teve seu mandato cassado pela ditadura militar. Em 1982 ele foi novamente eleito
prefeito da cidade, pelo PMDB, e assumiu o cargo em 1983. No ano de 1990 foi
eleito governador da Paraíba, cargo que deixou em 1994 para concorrer ao Senado
Federal. Foi senador e em 2002 foi eleito deputado federal. Com problemas de
saúde desde 1999, quando sofreu um acidente vascular cerebral, Ronaldo ainda
ficou alguns anos na vida pública e deixou o Câmara Federal em 2007, quando
exercia o segundo mandato.
A eleição de 1990 foi marcante na trajetória política de Ronaldo. Ele foi derrotado no primeiro turno por Wilson Braga, que já havia governado o estado, mas no segundo turno virou o jogo e venceu com uma diferença superior a 100 mil votos.
A eleição de 1990 foi marcante na trajetória política de Ronaldo. Ele foi derrotado no primeiro turno por Wilson Braga, que já havia governado o estado, mas no segundo turno virou o jogo e venceu com uma diferença superior a 100 mil votos.
Ronaldo chegou a ser detido para
prestar
esclarecimentos sobre tiro contra Tarcísio Burity
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
esclarecimentos sobre tiro contra Tarcísio Burity
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Polêmicas
Em função de um processo judicial por tentativa de homicídio contra seu adversário político Tarcísio Burity, Ronaldo renunciou, em 2007, à cadeira na Câmara Federal para escapar de julgamento no Supremo Tribunal Federal. Na época ele fez uma manobra para dispensar o foro privilegiado, na carta-renúncia ele diz que queria ”ser julgado como cidadão comum“.
O atentado contra Burity foi em 1993 e ficou conhecido como 'Caso Gulliver', nome do restaurante onde aconteceu o crime. O então governador Ronaldo Cunha Lima deu três tiros no seu antecessor, supostamente motivado por críticas que este teria feito a Cássio Cunha Lima, que era superintendente da Sudene. Burity sobreviveu e morreu dez anos depois vítimas de complicações cardíacas.
O poeta
Conhecido como “Poeta”, Ronaldo Cunha Lima também fez carreira como escritor e teve sua trajetória no cenário cultural imortalizada quando assumiu a cadeira de número 14 na Academia Paraibana de Letras em 1994. “A paixão dele pela poesia surgiu quando ele era criança. Isto porque o avô já era um exímio soletrista”, disse o jornalista Nonato Guedes, autor do livro “A Fala do Poder - Discursos comentados de governadores da Paraíba”.
Uma de suas principais paixões de Ronaldo na Literatura era a poesia do também paraibano Augusto dos Anjos, tanto que em 1988 participou e venceu o programa Sem Limite, da Rede Manchete, que fazia perguntas sobre a vida e obra de Augusto dos Anjos. O presidente da APL lamenta o fato de Ronaldo Cunha Lima ter enveredado pelo ramo da política. “É uma pena que o fascínio da política tenha exercido grande poder sobre a vocação do poeta”, disse Gonzaga Rodrigues.
Em função de um processo judicial por tentativa de homicídio contra seu adversário político Tarcísio Burity, Ronaldo renunciou, em 2007, à cadeira na Câmara Federal para escapar de julgamento no Supremo Tribunal Federal. Na época ele fez uma manobra para dispensar o foro privilegiado, na carta-renúncia ele diz que queria ”ser julgado como cidadão comum“.
O atentado contra Burity foi em 1993 e ficou conhecido como 'Caso Gulliver', nome do restaurante onde aconteceu o crime. O então governador Ronaldo Cunha Lima deu três tiros no seu antecessor, supostamente motivado por críticas que este teria feito a Cássio Cunha Lima, que era superintendente da Sudene. Burity sobreviveu e morreu dez anos depois vítimas de complicações cardíacas.
O poeta
Conhecido como “Poeta”, Ronaldo Cunha Lima também fez carreira como escritor e teve sua trajetória no cenário cultural imortalizada quando assumiu a cadeira de número 14 na Academia Paraibana de Letras em 1994. “A paixão dele pela poesia surgiu quando ele era criança. Isto porque o avô já era um exímio soletrista”, disse o jornalista Nonato Guedes, autor do livro “A Fala do Poder - Discursos comentados de governadores da Paraíba”.
Uma de suas principais paixões de Ronaldo na Literatura era a poesia do também paraibano Augusto dos Anjos, tanto que em 1988 participou e venceu o programa Sem Limite, da Rede Manchete, que fazia perguntas sobre a vida e obra de Augusto dos Anjos. O presidente da APL lamenta o fato de Ronaldo Cunha Lima ter enveredado pelo ramo da política. “É uma pena que o fascínio da política tenha exercido grande poder sobre a vocação do poeta”, disse Gonzaga Rodrigues.