segunda-feira, 7 de julho de 2014




‘Bolsa Família é patrimônio brasileiro’, diz coordenador da campanha de Aécio

Por Marcel Frota e Luciana Lima, iG B

Senador José Agripino compara programa de distribuição de 

renda lançado no governo Lula com o Plano Real, mas 

afirma 

que PSDB tem planos de aperfeiçoá-lo para não criar 

dependência

Escalado para ser o coordenador-geral da campanha 
presidencial do tucano 
Aécio Neves, o senador potiguar
José
 Agripino Maia classifica o programa Bolsa Família como um 
“patrimônio” 
da sociedade brasileira.
 O programa, que já foi alvo de críticas do PSDB, é hoje visto 
como uma 
“conquista dos mais pobres”.
 Apesar da mudança de discurso em relação ao programa, 
Agripino 
afirma que é preciso aperfeiçoá-lo.
“O programa Bolsa Família é hoje patrimônio da sociedade 
brasileira, mas 
não pode parar
 em si próprio. Ele tem de ser aperfeiçoado. Esse 
aperfeiçoamento é um 
sinal claro de como 
Aécio pretende encarar. Manter sim, mas dar às pessoas 
a oportunidade de 
crescer na vida 
sem ficar na dependência exclusiva do Bolsa Família”, 
diz Agripino em 
referência ao projeto 
de Aécio que permite que beneficiários do programa 
continuem a receber os 
valores durante 
um período de seis meses depois de arrumar emprego 
formal.
“Hoje, o trabalhador se recusa a ter a carteira (de trabalho) 
assinada, porque, se 
tiver, perde 
o Bolsa Família. Isso está certo? Isso está errado”, critica 
Agripino. “Quantas 
pessoas querem 
deixar o Bolsa Família e não deixam porque perderiam essa 
função?”, 
acrescenta ele. 
O coordenador-geral da campanha presidencial tucana 
procura deixar claro 
que Aécio não 
pretende acabar com o Bolsa Família e compara o programa 
ao Plano Real. 
“Assim como 
o Lula preservou o Plano Real, Aécio, ou quem vier a ser 
presidente, e acho que 
será Aécio,
terá de preservar uma conquista dos mais pobres, que 
é o Bolsa Família”, 
compara.
Privatizações
Agripino também criticou a postura que seus aliados tiveram 
em eleições 
passadas ao 
esconder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso da 
campanha e seu 
legado de 
privatizações e sinaliza que neste ano o PSDB não terá 
vergonha de defender 
o assunto. 
“Foi um erro, na campanha passada, não se ter assumido 
as teses das 
privatizações, das 
concessões. Coisa que hoje a realidade está mostrando 
que é o que tem de 
ser feito. 
É insistir numa prática que deu certo”, afirma.
As privatizações foram usadas em campanhas passadas 
como arma pelo PT 
para defender 
a tese de que se candidatos tucanos fossem eleitos, outras 
empresas, entre elas 
a Petrobrás, 
seriam vendidas. “Do pouco que estamos colhendo de 
resultados, está sendo 
obtido pela via 
de uma coisa moderna que ele (FHC) lá atrás incutiu, as 
privatizações, as 
agências 
reguladoras, que foram desestimuladas, que foram 
aparelhadas”, diz ele.