Grupo protesta em Brasília após voto de Celso de Mello no STF
Ministro desempatou placar de 5 a 5 e aceitou embargos infringentes.
Com isso, 12 dos 25 réus do mensalão devem ter um novo julgamento.
Um grupo de manifestantes realizou um ato em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília, na tarde desta quarta-feira (18), durante e após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello proferir seu voto a favor dos embargos infringentes para os condenados no processo do mensalão.
Com isso, o placar, que estava empatado, ficou em 6 a 5 a favor dos embargos, tipo de recurso que levará a um novo julgamento em dois crimes (formação de quadrilha e lavagem de dinheiro) para 12 dos 25 condenados no caso.
Prevendo a possibilidade de protestos, o STF aumentou o efetivo da segurança. O número total de seguranças não foi divulgado, mas 40 homens extra foram convocados. Além disso, policiais militares também fazem a segurança na Praça dos Três Poderes.
Além do aumento do efetivo de seguranças no STF, o tribunal também foi cercado por grades de proteção.
Manifestantes, no entanto, chegaram a romper uma das barreiras montadas. Mas não conseguiram acessar o prédio. O grupo levou cartazes e se fantasiou para protestar. Uma mulher de biquíni causou alvoroço durante o ato.
Dos 25 condenados pelo Supremo, 12 têm direito aos infringentes. São os casos de João Paulo Cunha, João Cláudio Genu e Breno Fischberg, que nas condenações por lavagem de dinheiro obtiveram ao menos quatro votos a favor.
Seguranças protegem a entrada do Supremo em
sessão de julgamento do mensalão (Foto:
Agência Brasil)
João Paulo Cunha, condenado a 9 anos e 4 meses em regime fechado, caso consiga ser absolvido de lavagem de dinheiro (pena de 3 anos), passará para 6 anos e 4 meses em regime semiaberto. Para ele ser abolvido, precisa conseguir os votos dos ministros Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso, que não participaram dos julgamentos que levaram às condenações no ano passado.sessão de julgamento do mensalão (Foto:
Agência Brasil)
Para outros oito réus (José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Kátia Rabello, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e José Roberto Salgado), condenados no crime de formação de quadrilha por seis votos a quatro, também há possibilidade de redução de penas.