“Natal é uma cidade sem prefeito”, diz advogado
constituído por Micarla
Paulo Lopo Saraiva afirma que Micarla já foi oficiada do afastamento.
Ele
diz que se reunirá com a prefeita e promete recorrer da decisão do
TJ.
Paulo Lopo Saraiva, advogado constituído por Micarla de Sousa para defendê-la
no pedido de afastamento acatado nesta quarta-feira (31) pelo Tribunal de
Justiça, declarou ao G1 que Natal é uma cidade sem governante.
“Até que o vice-prefeito assuma o cargo, Natal será uma cidade sem prefeito”,
afirma
Ainda de acordo com o advogado, Micarla entrou em contato com ele por volta
do meio-dia, quando a prefeita tomou conhecimento da decisão do desembargador
Amaury Moura Sobrinho. Paulo Lopo Saraiva informou que vai à casa de Micarla
ainda nesta tarde para uma reunião com assessores. Ele promete recorrer da
decisão.Prefeita é oficiada
Um oficial de justiça chegou à residência de Micarla de Sousa, na zona Sul da cidade, por volta das 15h45 e entregou a ela, pessoalmente, o mandado de notificação informando a suspensão do exercício de funções públicas referente ao requerimento feito pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Micarla foi afastada do cargo por ordem da Justiça nesta quarta-feira (31). A decisão é do desembargador do Tribunal de Justiça do RN, Amaury Moura Sobrinho, que também determinou que o presidente da Câmara Municipal, Edivan Martins, dê posse, "imediatamente e dentro das prerrogativas legais", ao vice-prefeito Paulinho Freire.
Micarla de Sousa e os secretários municipais Jean
Valério e Bosco Afonso, além do marido da prefeita, o radialista Miguel Weber,
são acusados de participar de um esquema de corrupção na
Secretaria Municipal de Saúde, que culminou com a deflagração da Operação
Assepsia. Ouvidos pela equipe de reportagem, os secretários negaram as
acusações.
Operação AssepsiaA Operação Assepsia, deflagrada em 27 de junho deste ano, desarticulou um esquema que promoveu contratos do município com organizações sociais para a administração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pajuçara e dos Ambulatórios Médicos Especializados (AMEs) por meio de fraudes nos processos de qualificação e de seleção das entidades.
Os contratos com as entidades foram anulados pela Justiça. De acordo com as investigações, as organizações contratadas inseriram despesas fictícias nas prestações de contas apresentadas à Secretaria Municipal de Saúde como uma das formas de desviar recursos públicos.