'Eu sou mãe, é muito doloroso', diz Rosalba sobre a crise na saúde do RN
Governadora se emociona em entrevista na manhã desta segunda-feira (5).
Ela também falou sobre problema financeiros e contenção de despesas.
Ao ouvir o depoimento de um pai que perdeu o filho sem o atendimento em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a governadora Rosalba Ciarlini se emocionou durante entrevista à Inter TV Cabugi na manhã desta segunda-feira (5). "Eu sou mãe, ver uma coisa dessa é muito doloroso", disse, com a voz embargada, a chefe do Executivo Estadual. Rosalba culpou a burocracia e a falta de recursos para a estruturação da saúde pública do Rio Grande do Norte. A governadora também falou sobre os decretos para contenção de despesas e da situação de setores como educação e segurança na esfera estadual.
Ainda sobre a saúde, Rosalba afirmou que o esforço tem sido feito, mas não tem sido possível dar respostas mais rápidas. A governadora fez um apelo para que os servidores em greve desde o dia 1º de agosto voltassem ao trabalho. Para melhorar o atendimento à população, Ciarlini cobrou a realização do atendimento básico dos municípios. "Estamos com maternidades fechadas e unidades de saúde sem funcionar. Se os municípios não fazem a parte da assistência básica, termina tudo na porta do hospital estadual", explicou.
Quando às medidas para contenção de despesas, a governadora falou sobre a "frustração" na arrecadação estadual. "O Fundo de Participação do Estado (FPE) não está correspondendo e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não está crescendo da mesma forma. Na hora que não existe esse dinheiro, é preciso fazer a reprogramação orçamentária", disse.
Em relação ao Ministério Público e Tribunal de Justiça potiguar, que recorreram às vias judiciais para garantir a verba cortada pelo Executivo, a governadora reconheceu que a situação financeira será agravada se os cortes forem vetados. "Vai ficar muito difícil, mas Justiça a gente não discute", resumiu. No decreto para a contenção de despesas, o governo estabeleceu cortes que totalizam R$ 686,9 milhões no orçamento estadual. Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado, terão de reduzir os gastos em 10,74%.