quinta-feira, 26 de março de 2015

Municípios
Fonte: Jornal Potiguar Notícias

Raimundo Mendes: "A antecipação do debate político sobre 2016 é prejudicial"

Entrevista com o vereador Raimundo Mendes, presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante.
O vereador Raimundo Mendes, presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante, esteve no Alpendre do PN, onde concedeu entrevista aos jornalistas Tiago Rebolo e Antonio Antunes. Na oportunidade, comentou os momentos iniciais de sua gestão à frente da presidência do Legislativo. Confira:

O que o Sr. destaca do início de sua gestão à frente da Câmara?
Estamos dando continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido pela gestão anterior, ao mesmo tempo em que tentamos implementar a nossa forma de trabalho.
Quais são os principais elementos dessa nova filosofia?
Aproximar mais a Câmara da população e humanizar os serviços que oferecemos à sociedade. Neste sentido, buscamos mostrar às pessoas também quais são as verdadeiras funções de seus representantes, pois as pessoas confundem muito as responsabilidades do Executivo e do Legislativo.
Como está o projeto de instalação da TV Câmara?
Nós temos a intenção de instalar essa TV para o Legislativo. Inclusive, já consta em nosso orçamento. O maior problema neste sentido é a burocracia existente, mas estamos fazendo estudos para que este projeto vire realidade.
Os trabalhos legislativos são tradicionalmente abertos com a leitura da Mensagem Anual do prefeito à Câmara. Que avaliação o Sr. faz da visita do prefeito Jaime Calado no início do ano?
Foi boa. O prefeito demonstrou as realizações que a Prefeitura tem desenvolvido nestes dois últimos anos de gestão e falou também o que pretende realizar daqui para a frente. Eu achei uma leitura muito pró-ativa. Agora, uma particularidade é que a Câmara de São Gonçalo do Amarante foi a primeira a retornar aos trabalhos na Região Metropolitana – começamos a trabalhar em 5 de janeiro.
Qual o principal desafio de legislar em uma cidade com um crescimento populacional vistoso?
Temos que ter a consciência de que, à medida que a cidade cresce populacionalmente, aumentam os problemas. Para cada direito do cidadão, há um dever agregado. Então, aumentam as demandas na área de Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura. Além da população, tem tambéma a questão territorial – São Gonçalo é um município muito extenso.
Existe algum projeto no sentido de instituir uma Escola do Legislativo?
Nós pretendemos criar, além de uma Escola do Legislativo, um projeto para trazer as escolas para dentro do Poder Legislativo.
Na questão da Segurança, a Câmara tem trabalhado no sentido de propor a divisão de responsabilidades entre Estado e município?
Com certeza. Inclusive, o município de São Gonçalo já é parceiro, desde a gestão passada, da Polícia Militar. Eu entendo, no entanto, que a segurança deve ser observada a partir de uma questão macro. Não devemos enxergar a violência como um problema isolado de São Gonçalo, de Parnamirim ou de qualquer outra cidade ou região. É preciso, aliás, uma política de segurança a nível nacional para evitar a ocorrência desses efeitos que estamos acompanhando.
De que maneira isso pode ser feito?
A preocupação com a segurança deve ir mais além. Prisão por prisão não resolve o problema da violência; temos que procurar a causa da ocorrência disso. É preciso, por exemplo, que todo condenado saia da prisão com uma profissão. No caso do Bolsa Família: por que não exigir das famílias a realização de cursos de capacitação profissional para que elas possam receber o benefício? Em resumo, precisamos corrigir nosso sistema penitenciário, pois ele está falido.
A melhoria na qualidade da Educação Básica amenizaria esse problema?
Claro. Aliás, nós aprovamos um projeto de lei que institui a educação de tempo integral. Nesse sentido, o aluno entra pela manhã na escola e sai ao fim da tarde, tendo acesso a ensinamentos da área pedagógica e também de formação profissional. Mas esse sistema é uma vertente. O problema precisa ser enfrentado conjuntamente.
O nome do Sr. consta como um dos potenciais candidatos à sucessão de Jaime Calado em 2016. Como o Sr. encara esse debate?
Eu encaro a citação de meu nome neste debate de forma natural, mas neste momento eu estou preocupado em administrar. Inclusive, o prefeito ainda não deu nenhuma sinalização sobre qual será o seu candidato. Eu particularmente acho que essa antecipação do debate é prejudicial, porque vai começar a ter queda de braço e o momento não é oportuno.
Fonte: Potiguar Notícias (Ed. 570)