Bola é condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio
Ele foi condenado pela morte da jovem e pela ocultação do cadáver.
O
advogado Ércio Quaresma adiantou que vai pedir a nulidade do júri.
Bola começou a ser interrogado na madrugada deste
sábado (26) (Foto: Renata Caldeira / TJMG)
O réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi
condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio e pela ocultação do
cadáver da ex-amante do goleiro Bruno. A pena determina 19 anos de prisão em
regime fechado pelo homicídio e mais três anos de prisão em regime aberto pela
ocultação do cadáver. A sentença foi lida pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues
Lopes, que presidiu o júri, na noite deste sábado. O júri popular, formado por
sete moradores de Contagem, onde foi realizado o
julgamento, decidiu pela condenação depois de seis dias. Este foi o julgamento
mais longo do caso Eliza Samudio. O goleiro Bruno Fernandes, o amigo
dele, Luiz Henrique Romão - o Macarrão -, e a ex-namorada do atleta Fernanda
Castro já foram condenados no caso. O advogado de Bola, Ércio Quaresma, adiantou
ao G1 que vai entrar com um recurso pedindo que o júri seja
anulado.
(Acompanhe no
G1 a cobertura
completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas
trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de
Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os
momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime
envolvendo o goleiro Bruno.)
O réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado
de matar Eliza Samudio e de ocultar o corpo dela, disse durante seu
interrogatório que "jamais"
mataria algúem, muito menos receberia por isso. A declaração foi dada na
manhã deste sábado (27), durante o interrogatório do réu no júri popular. Bola
respondeu às perguntas da juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, do promotor
Henry Wagner e do advogado Ércio Quaresma.
O depoimento do réu começou no início da madrugada
deste sábado (27) e foi interrompido à 1h30. Ele negou, nesta primeira parte,
que tenha matado Eliza Samudio, e disse
que está preso injustamente há três anos. Quando o interrogatório foi
retomado, às 10h30, ele continou afirmando ser inocente.
Promotor Henry Wagner e o advogado Ércio Quaresma
travaram debate com ofensas (Foto: Renata Caldeira/ Tribunal de Justiça de Minas
Gerais)
DebatesOs debates entre a Promotoria e a defesa foram marcados por ofensas durante o julgamento. Os desentendimentos foram entre o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro e os advogados Ércio Quaresma e Fernando Magalhães.
“Eu nunca vi drogado ser herói. Eu nunca vi mentiroso crápula ser herói", disparou o promotor. E completou: “Covarde, canalha, estúpido e vagabundo. Quem não é homem é você, seu crápula".
As discussões partiram até mesmo para o âmbito pessoal: "A sua vozinha de taquara rachada saiu no 'Fantástico'", falou o promotor para Quaresma. Ele se referiu à reportagem que mostrou ameaça sofrida por Ingrid Oliveira, atual mulher de Bruno. Na ocasião, Ingrid denunciou que sofria ameaças de Quaresma. "Prostituta escalarte é a sua defesa, e a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] é coisa porque não tomou providência para te cassar", falou a Quaresma.
O advogado também retrucava. "Esse moço [Henry Wagner] tinha que lavar a boca antes falar o nome da nossa instituição [OAB]", afirmou, referindo-se ao promotor, que classifica como "alienígena" pelo fato de ser de outro estado. O promotor é natural do Rio Grande do Norte.
“Eu provei que ele [o promotor] é canalha", disse o advogado. Quaresma também fez referência à história de Harry Potter. O advogado, por vezes, já se referiu ao promotor como o personagem da literatura infanto-juvenil britânica.
Extorsão
Bola comentou também, em seu interrogatório, que ouviu do então delegado Edson Morreira, no momento de sua prisão, o pedido de intermediar que Bruno pagasse R$ 2 milhões para que o goleiro e o ex-policial fossem inocentados no inquérito. À época da denúncia desta tentativa de extorsão, em novembro de 2010, nem a Polícia Civil nem o próprio delegado comentaram a acusação.
Bola comentou também, em seu interrogatório, que ouviu do então delegado Edson Morreira, no momento de sua prisão, o pedido de intermediar que Bruno pagasse R$ 2 milhões para que o goleiro e o ex-policial fossem inocentados no inquérito. À época da denúncia desta tentativa de extorsão, em novembro de 2010, nem a Polícia Civil nem o próprio delegado comentaram a acusação.