Apesar da epidemia de dengue no Estado já ser prevista, o aumento dos casos foi bem maior do que se esperava. Foi o que disse o secretário estadual de saúde, Domício Arruda, durante a reunião da Comissão de Saúde que ocorreu esta manhã (quarta-feira, 8), na Assembleia Legislativa. Segundo Domício, dos dois mil casos previstos para todo o ano, 14 mil já foram registrados até o momento.
Além de Domício Arruda, participaram do encontro a secretária municipal de Saúde de Natal, Maria do Perpetuo Socorro, a subcoordenadora estadual de Vigilância Epidemiológica, Juliana Araújo, os deputados membros da Comissão, deputado Antônio Jácome e Fábio Dantas, além dos colegas Márcia Maia e Hermano Morais.
Os gestores foram convidados a prestar esclarecimentos à Comissão em razão do aumento considerável da dengue no estado e do aparecimento do tipo 4 da doença no Rio Grande do Norte. No âmbito estadual, Domício Arruda disse que o grande problema é como tratar a doença, devido à falta de leitos nos hospitais. Ele afirmou que o RN tem um déficit muito grande, principalmente quando o paciente precisa de UTI. “Faltam cerca de 260 leitos somente de UTI. Necessitamos da abertura imediata de novos leitos”, afirmou.
O secretário falou sobre a identificação do tipo 4 da doença no RN: já foi feito um bloqueio epidemiológico da área e outros municípios também estão sendo monitorados. “A nossa preocupação é que quem teve um tipo da doença pode ter os outros e aumenta a chance de ser hemorrágica”.
Domício lamentou o fato do RN ter o maior número de casos graves da região Nordeste, situação que alarmou o Ministério da Saúde. O secretário afirmou ainda que um dos problemas da alta incidência da doença em Natal foi a coleta de lixo. Ele disse que todas as cidades brasileiras que tiveram problema com o lixo aumentaram proporcionalmente os números de casos de dengue.
Ações
A secretária municipal de Saúde informou as ações no combate à dengue. Ela comemorou a reclassificação da cidade, que passou de alto risco para médio risco da doença e destacou a importância da mobilização popular. Entre as providências, o município contratou mais de 150 agentes, totalizando 400. Mutirões com a Urbana vem sendo realizados em vários bairros da cidade. Para os próximos 60 dias, tempo previsto para durar a epidemia, existe um plano de ação que apenas aguarda os recursos do Ministério da Saúde.
Os deputados fizeram vários questionamentos sobre as providências efetivas do poder público. Fábio Dantas questionou a falta de uma campanha mais agressiva de combate à dengue nos meios de comunicação. O presidente da Comissão de Saúde, deputado Antônio Jácome, disse que por onde passa a população reclama da ausência do carro fumacê. O secretário explicou que o veículo só é utilizado quando todas as outras medidas não tiverem efeito, pois é muito tóxico e pode prejudicar a população e os profissionais de saúde que trabalham nele. Domício Arruda disse que a doença pode ser controlada, mas que só será erradicada quando não tivermos mais a necessidade de estocar água, como em alguns países de primeiro mundo, ou quando a vacina for criada.
As denúncias de possíveis focos de dengue podem ser feitas pelo telefone 0800 - 281 – 4031.