Reprodução/O Mossoroense
Meu bate-papo hoje é com a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, sobre administração e política.
1 - O primeiro ano do seu governo foi difícil. Quais as perspectivas para 2012?
- Nós tivemos realmente um ano dificílimo. Primeiro, trabalhamos com um orçamento aprovado com prioridades que não eram as nossas. Segundo, esse mesmo orçamento não contemplou recursos para pagar dívidas que somaram mais de R$ 800 milhões. Essa é a herança maldita que me refiro sempre. Some-se a esta dívida 14 planos de servidores sem previsão no orçamento. O rombo foi de mais de R$ 1 bilhão. Para sanar tudo isso, eu tive de dizer muito não, dar um freio de arrumação.
2 - A batida será esta em 2012?
- 2012 não será como eu gostaria que fosse, mas será bem melhor. Apesar de todas as dificuldades, nós conseguimos um crescimento na arrecadação para resolver parte dos problemas herdados. O governo não ficou parado. Eu fui atrás de apoio e da abertura de linhas de financiamento. Esta semana, por exemplo, nós recebemos a visita dos técnicos do Banco Mundial. Serão US$ 540 milhões para um programa diferenciado de desenvolvimento social em várias áreas. E, modéstia à parte, nosso projeto foi bastante elogiado.
- 2012 não será como eu gostaria que fosse, mas será bem melhor. Apesar de todas as dificuldades, nós conseguimos um crescimento na arrecadação para resolver parte dos problemas herdados. O governo não ficou parado. Eu fui atrás de apoio e da abertura de linhas de financiamento. Esta semana, por exemplo, nós recebemos a visita dos técnicos do Banco Mundial. Serão US$ 540 milhões para um programa diferenciado de desenvolvimento social em várias áreas. E, modéstia à parte, nosso projeto foi bastante elogiado.
Artur Melo/Nominuto
3 - Quando o dinheiro deste empréstimo estará disponível?
- Se tudo correr bem, as primeiras parcelas serão liberadas entre o final de 2012 e o início de 2013. Este não é um projeto qualquer. Ele vai possibilitar investimentos numa região de forma integrada para promover o desenvolvimento sustentável em áreas como saúde, educação, transportes e na geração de renda.
- Se tudo correr bem, as primeiras parcelas serão liberadas entre o final de 2012 e o início de 2013. Este não é um projeto qualquer. Ele vai possibilitar investimentos numa região de forma integrada para promover o desenvolvimento sustentável em áreas como saúde, educação, transportes e na geração de renda.
4 - A senhora enfrentou alguma dificuldade para conquistar o empréstimo do Banco Mundial?
- A carta-consulta já está aprovada, e o Tesouro Nacional já deu seu aval. Falta a aprovação do Senado por se tratar de empréstimo externo. Mas não haverá dificuldade porque os senadores são sensíveis aos projetos econômicos de todos os estados. O grande problema foi conseguir o aval do Tesouro Nacional. O nosso Estado estava com uma péssima imagem, sem capacidade de endividamento e de pagamento. Como superei o obstáculo? Eu fiz um apelo à ministra do Planejamento [Miriam Belchior] e à presidente Dilma [Rousseff] para que o Tesouro considerasse o que estava sendo feito de janeiro a outubro dentro da nossa gestão. Deu certo. As reformas, o aumento da arrecadação, a austeridade adotada e o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal convenceram o governo. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, me parabenizou e disse que o Estado merecia o crédito.
5 - Qual o foco da senhora em 2012?
- A geração de emprego e renda. Nosso Estado já atraiu 19 novas indústrias. Goaininha, por exemplo, está ganhando um polo industrial. A empresa que desejar investir no Rio Grande do Norte terá nosso incentivo. Vamos trocar imposto por emprego. O emprego gera renda, a renda gera receita e o imposto gera recursos para investirmos em saúde, educação, etc.
6 - A eleição municipal vai atrapalhar o andamento do governo?
- Não. Quando o período eleitoral chegar, eu vou participar onde o meu partido tiver candidato ou apoiar candidatos do nosso arco de alianças, mas sem envolver a administração.
7 - A senhora acredita que vai conseguir separar as coisas?
- Eu vou, sim. Pode ficar certo que eu vou.
- A carta-consulta já está aprovada, e o Tesouro Nacional já deu seu aval. Falta a aprovação do Senado por se tratar de empréstimo externo. Mas não haverá dificuldade porque os senadores são sensíveis aos projetos econômicos de todos os estados. O grande problema foi conseguir o aval do Tesouro Nacional. O nosso Estado estava com uma péssima imagem, sem capacidade de endividamento e de pagamento. Como superei o obstáculo? Eu fiz um apelo à ministra do Planejamento [Miriam Belchior] e à presidente Dilma [Rousseff] para que o Tesouro considerasse o que estava sendo feito de janeiro a outubro dentro da nossa gestão. Deu certo. As reformas, o aumento da arrecadação, a austeridade adotada e o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal convenceram o governo. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, me parabenizou e disse que o Estado merecia o crédito.
5 - Qual o foco da senhora em 2012?
- A geração de emprego e renda. Nosso Estado já atraiu 19 novas indústrias. Goaininha, por exemplo, está ganhando um polo industrial. A empresa que desejar investir no Rio Grande do Norte terá nosso incentivo. Vamos trocar imposto por emprego. O emprego gera renda, a renda gera receita e o imposto gera recursos para investirmos em saúde, educação, etc.
6 - A eleição municipal vai atrapalhar o andamento do governo?
- Não. Quando o período eleitoral chegar, eu vou participar onde o meu partido tiver candidato ou apoiar candidatos do nosso arco de alianças, mas sem envolver a administração.
7 - A senhora acredita que vai conseguir separar as coisas?
- Eu vou, sim. Pode ficar certo que eu vou.
Artur Melo/Nominuto
8 - José Agripino, presidente do DEM, proibiu o partido de se aliar ao PSD. Como a senhora vai proceder?
- O líder [Agripino] tem uma posição, mas a palavra de rei também volta atrás. Cada situação é uma situação. Em nível nacional, há uma posição do DEM, mas cada cidade tem sua realidade. A prioridade do DEM é ter candidato próprio na maioria dos municípios, mas podemos apoiar candidatos de partidos do arco de alianças que me fez governadora. Cada caso será discutido com o líder, como sempre fiz. Nós também divergimos. Eu já votei no Lula na primeira eleição dele [2002] contra o [José] Serra. Eu era prefeita, e o PT me pediu. E eu votei no Lula.
9 - Então, José Agripino está errado?
- Não. Ele está certo. Certíssimo. Está certo como líder nacional do Democratas. Ele tem de levar em conta todo o Brasil. Eu vou tentar seguir a orientação dele, mas haverá situação que não poderei voltar atrás no compromisso assumido anteriormente.
10 - Mais de 60% de desaprovação do governo em Natal. Comparações com a gestão desgastada da prefeita Micarla de Sousa [90% de desaprovação]. Como a senhora lida com esses números?
- A prefeita está terminando um mandato, enquanto eu estou começando. Sou governadora e promovo ações para o Estado, e Micarla se resume ao âmbito do Município. Bom mesmo é ter avaliação positiva, mas eu sabia que seria um ano difícil quando assumi e estava preparada para esse desgaste. Na hora que alcançarmos o equilíbrio financeiro e as obras começarem a repercutir no conjunto da população, vamos reverter esse quadro desfavorável em Natal. Pode aguardar.